Materiais e medidas: Incisão sobre ardósia negra, folha d’ouro, chapa de ferro enferrujado, placa de madeira (MDF) ; 23,3x15x3,5cm (cada peça)
É a partir da relação entre a ardósia negra e a figura do mineiro, que a série “Passamos por elas e não as vemos” procura incidir no diálogo entre a matéria do território, a história e a comunidade de Valongo. Os exemplares orgânicos de ardósia – frequentemente ignorados nas caminhadas pela sua pequenez e aparente inutilidade- são aqui acolhidos através da incisão em ardósia refinada, como imagens metafóricas de representação do território. Simultaneamente, enquanto resposta ao vazio de informação identitária dos mineiros, adquirem uma qualidade de retrato na sua associação com os números em ouro, retirados de boletins de identificação de sócios do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira do Norte. A seleção simbólica de treze números, recupera a pequena quantidade de pedreiras ativas nos anos 60, cujo impacto atingiu a vida de mais de 4 milhares de pessoas. Por um lado, com esta série reforça-se o potencial da ardósia como suporte artístico não convencional e destaca-se a importância histórica e contemporânea do património valonguense. Por outro, concentram-se nela imagens que resgatam e preservam na memória uma comunidade mineira de Valongo outrora perdida no tempo, tecendo uma narrativa que une a materialidade da pedra à imaterialidade da história humana.
Localização: Museu da Lousa,
Tv. de São Domingos 200
4440-191 CAMPO
9h00 – 12h30 / 14h00 – 17h30
41.181386, -8.476802